O desafio de
Lady Kina é bom demais para deixar passar sem resposta.
"Qual é o teu uniforme?"
Desamparado do Olimpo, procuro céu na terra, trajando uniforme multifásico, que protege a integridade personalista e concilia convicções e emoções avessas a uniformizações.
(Vestes adequadas às circunstâncias do desconcerto dos meus dias e à neura do mundo social.)
"De que te vestiste hoje? Para quem?"
De humanista, sujeito de valores éticos e profissional por imperativo moral. Para a vida prática da consciência.
(Fato escuro Pal Zileri, camisa branca Carrel, gravata monocromática Armani, cinto preto LV e sapatos pretos Boss. Para anónimos e conhecidos.)
"E quando te despes, envergas o quê?"
A gramática da desobediência e as minhas escolhas de paixões vividas.
(Nu? Só se for a Excalibur.)
"Qual a farda que melhor define o que gostavas de ser quando eras pequeno?"
O atrevimento forjado num pensamento alheio a cartilhas.
(Calções.)
"E agora, já crescido, não te cansa o fardamento?"
O fardamento que não é forma nem fim, pode não ser sequer condição. Suporto apenas a batuta da liberdade sábia da dignidade do Homem.
(Isto, de não ter senhores nem servos, permite sucessivas e variadas mudanças, a meu bel-prazer. Não chego a fartar-me, quanto mais a cansar-me.)