segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Bordejar

Não me sinto uma gota de água no oceano. Talvez um marinheiro sem mar. Não me sinto rei dos mares. Talvez Neptuno ou Posídon, desde que tenha p e tripé. Não sinto que, ao leme, sou mais do que eu. Talvez o mostrengo tenha tremido três vezes. Não me sinto só. Talvez ninguém saiba o que ele diz. Não me sinto perdido. Talvez terno visionário meu amigo. Não me sinto esmagado. Talvez sonhando com Moby Dick. Não me sinto aliviado. Talvez um búzio mudo. Não procuro inspiração. Talvez ninfas, flores do mar. Não vou para refletir. Talvez olhe e contente-me ver. Não preciso de me afastar. Talvez se viesse o lobo ou a menina. Nunca me apareceram sereias nem monstros. Talvez morto ou revolto. Não trago estórias de aventuras fantásticas nem lições de vida. Talvez o velho e o mar. 
Velejar é preciso!
(Se alguma coisa tem mudado, será a consciência de que parto para voltar.)
 
 
 

6 comentários:

  1. Que fotografia bonita.
    Ontem vi "O velho e o mar", as cenas no barco também têm uma fotografia muito bonita (ainda que o posto desta no que diz respeito às cores, aqui predominam as frias, lá as quentes).

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    1. Querida Mirone,
      Das coisas boas destas viagens são as fotografias. Basta apontar e clicar. (Também por lá se nota o outono, apesar de não ter chovido como aqui.)
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  2. Sem duvida que voltear é o rumo certo.

    Um abraço

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  3. O Velho e o Mar não vi. Lembrei-me deste, a propósito de quase tudo e também da fotografia:

    https://www.youtube.com/watch?v=ZgakOh8og4U

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