É tarde. A noite já atravessou o vazio com as suas sombras. Passou lentamente por nós, como se trouxesse em si o limite dos mitos papões que se temem. O beijo tarda. Como se tivesse escolhido não ser, encolhido numa dimensão de temor nascida da herança decadente de um deus unívoco vivo no sol meridiano que nos cega. A boca misturava com a língua as palavras, fundindo-as com o barulho, com o crepitar do fogo, com o respirar do vinho. O beijo dentro da boca era como espinho na carne. Tão difícil era ele de guardar. O beijo seria mais do que leve rumor do amor. Seria sentimento tornado ato. Seria destino cumprido. Suspensa a espera que o tempo tornara alucinação, o beijo pronto encontrou os lábios já mortos!... De fome.
*Em jeito de agradecimento a Teresa Borges do Canto.
Em "beijo" de agradecimento, e eis-me, assim, como, que, aqui...maravilhada.
ResponderEliminarPode ser?
Lindo.
Querida Teresa Borges do Canto,
EliminarSendo certo que uma imagem vale mais do que 1000 palavras, sou-lhe penhorado.
Bom dia,
Outro Ente.
Muito bonito, Outro Ente.
ResponderEliminar[tem o dom da palavra]
As fotos da Teresa estão giríssimas.
Querida Té,
EliminarO dom da simpatia é seu. Grato pela amabilidade.
Um beijo,
Outro Ente.