Ao princípio, o Da Moncada fazia-me lembrar moncos. Com o seu ar esverdeado, aparecia-me como uma lagarta gorda e reluzente. Associava-o ao tipo de homens que, por obter sempre um prazer idêntico, se abstrai do gozo de possuir a sua mulher, considerando-as - todas - substituíveis.
(Não sei o que nos permite, por vezes, sentirmo-nos de uma espécie mais elevada, como que subtraídos ao meio por um espírito imanente e oculto de generosidade e gratidão, cuja utilidade medimos pela ventura que lhe encontramos.)
Com o tempo, passei a subtrair o Da Moncada de toda a sua cagança e achei-o homem sombra de um herói hesitante e resignado que cedo se suicidara.
Acontece cruzarmo-nos entre conhecidos. Sem temperamento de confidente, limito-me a observar o quadro convencional da criatura imponente, ilusória e esgotada. Outro dia, com instintiva polidez, ouvi-o queixar-se dos novos vizinhos das "casas premium", contando com ares de ficção como ouvira um escarcéu vindo do quintal e, assomando, vira o vizinho a tentar degolar uma galinha. Compra um homem uma "casa premium" para isto, lamentava-se repetidamente...
Entretanto, ocorre-me que já me endereçaram convites para a passagem de ano, mas ainda ninguém me perguntou o que quero para o Natal.
O Professor ou o leiloeiro?
ResponderEliminarTive um professor que falava (não) muito (bem) desse tal outro Moncada. Agora vou ali ver o que possam ser as casas com nome de vodka.
EliminarProfessores são uma meia dúzia, entre vivos e já falecidos.
EliminarBom dia,
EliminarEntão, mas não conhecem o Da Moncada? E eu a pensar que todos conhecíamos um Da Moncada...
Vodka premium? Essa sou eu que não conheço.
Beijos,
Outro Ente.
Vivo. Entre vivos.
EliminarMas, mas ... ???!!! Foi por ter dito que não era "muito bem"? Ó Céus!
ResponderEliminarNão, não. Foi porque o post não visava senão um ser da minha imaginação.
EliminarUm beijo,
Outro Ente.
Quem não se cruzou já com um Da Moncada desses? :)
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