No bolso do bibe encardido o lápis colou-se à pastilha. As pessoas que não dizem nada de jeito demoram-se tanto a conversar. Num silo com escada em caracol vive-se muito devagar. O palhaço pobre tem tempo de sobra e cheira a perfume de mulher. Está um papagaio de óculos de sol na missa. Na casa mais feia do mundo o quarto de banho não tem janelas. O motorista é lento para não passar muito tempo à espera. A gaveta dos talheres não tem sítio para as colheres de café, falta-lhe um espaço minúsculo. Não sei se sonhei, se inventei, se vivi repetidas vezes. Não quero dizer nada. Às vezes, só quero não desaprender a falar.
Eu também, caro Outro Ente e sobretudo demorar-me em (des)conversas. Deve ser por isso que nasceu a expressão que 'o silêncio vale ouro'.
ResponderEliminarQuerida Ava Pain,
EliminarGosto desse adágio. Gosto igualmente da resposta popular "a palavra é um tesouro". Vou-me balançando nesta corda bamba e, por vezes, caio.
Bom dia,
Outro Ente.
Gosto imenso destes seus posts.
ResponderEliminarFintam-me os neurónios. :-)
Boa noite, caro Outro Ente.
Querida Susana Rodrigues,
ResponderEliminarQuis aprender a escrever
fui buscar uma caneta
à gaveta do papá
a minha mão ficou preta
e fiz riscos no sofá.
Às vezes sai melhor a lápis.
Um beijo,
Outro Ente.
Por isso, há quem decida cortar a língua!
ResponderEliminarBeijos, caro Ente. :)
Por isto? Por Babel! Acho que manga de mim...
EliminarUm beijo,
Outro Ente.