Convidámo-nos para o mesmo areal dourado, que pisamos após as gaivotas nele terem imprimido as suas pegadas. Bom dia convivas de todos os lados! Partilhemos este concerto de sons graves, executado com mestria por ondas sem maestro, pleno de notas que desconheço, de que nunca me canso, e que não sei descrever, sem que nos perturbemos. Por toda a parte, pessoas de sorriso franco respiram a mesma imensidão. Na minha praia: nadadores salvadores, de tão compenetrados, irradiam segurança; crianças serenas constroem castelos de areia molhada; adolescentes jogam animadamente com suas raquetes; jovens experimentam as suas novas pranchas; pais vigilantes desenham pistas de caricas em areia seca; mães atentas ensinam o jogo do prego; o rapaz das bolas de berlim não se esquece dos guardanapos e nós elegemos as favoritas; o senhor das bebidas não vende água aquecida na bagageira do Renault 5 e nós ignoramos a arca frigorífica atrás da banca de jornais; o pescador guarda as suas garrafas vazias no saco com o mesmo desvelo com que coloca o pescado no balde; o homem do cigarro ondula até ao bar da praia e a mulher do telemóvel baixa o som. Este infinito de mar, sol e areia... por obséquio, ocupai um dos lugares aqui ao lado.