Durante mais de uma década, penteei-lhe os cabelos. Mesmo quando deixou de precisar, continuou a trazer-me a escova e os olhos imensos. Havia um ritual de ternura naquele passo mudo da manhã. Ela escolhia o gancho ou a bandolete ou até o elástico e trazia-mos com a escova. Eu fazia o melhor que podia, até que passei a fazê-lo bastante bem. Ela, sobre o banco/degrau, frente ao espelho, mirava-se. A tarefa terminava com o sorriso doce da aprovação. Veio esta semana e foi a primeira...
Não me esqueci de nada, princesa.
*Eugénio de Andrade
As princesas também crescem e, curiosamente, também não se esquecem de nada.
ResponderEliminarBeijos, caro Ente :)