sexta-feira, 8 de abril de 2016

Às vezes (ou uma aventura de linguajar)

Fico menos cansado do que à partida. Espero algo que valha a pena. Abandono-me à sede de infinito, ao som de Charles Mingus, ao fumo de Cohiba Behike, às palavras de Ary dos Santos. Não estou para aí virado. Fixo uma intenção que fique. Durmo ao relento num barco no mar. Brindo com Porto. Vou ao tempo que nunca vi. Pinheiros altos. Paciente, sem pachorra nenhuma. Clandestino nas margens imaginadas do oásis num deserto conhecido. Amante da mulher, baudelariana ou não. Gongórico na loucura. Fiel dos prazeres da carne e dos enchidos e dos tintos do Douro. Indisciplinadamente palavroso. Excessivamente críptico. Saudades da paixão.

22 comentários:

  1. Convide-a para jantar, Outro Ente.

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    1. Extremamente romântica esta situação, não concorda comigo, Mirone?

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    2. Querida Mirone,
      Convido-as sempre para voar.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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    3. Meu caro,
      Romântico seria cantar com voz de ovo estrelado para chegar à menina do 4º andar.
      Um abraço,
      Outro Ente.

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    4. Desta vez convide-a para jantar. :D

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    5. Não é de comida que tenho fome.

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    6. Mau, mas tenho de lhe dizer tudo?
      Das duas uma: se está certo da pessoa com quer quer estar, escolha outro restaurante para levar a jantar ou sirva-lhe um prato que ela não conhece.
      Se não é aquela a pessoa, tem a vida muito mais facilitada. Escolha outra pessoa, o restaurante pode ser o mesmo se não quiser muita mudança de uma só vez.
      E isto não tem segundos sentidos nenhuns. A propósito de um prato podem nascer mil e um assuntos apaixonantes.

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    7. E se estiver incerto das minhas certezas e certo das minhas incertezas?

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    8. Atire uma moeda ao ar.

      O Ruben Patrick é que era bom para lhe dar conselhos, mas nem o tio visita...

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    9. (nestas coisas das dúvidas e das certezas sou pela velha máxima, onde há fumo há fogo... sopre! ou apaga de vez ou ajuda a atear a chama)

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    10. Mon Dieu Mirone... Je suis très impressioné... A menina percebe de coisas...

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    11. Nasci para isto, Nêzinha. Vou fechar o blog e abrir um negócio como conselheira sentimental. Neste momento estou ali ao lado a fazer lobby, a ver se o ministro me arranja um tacho (para fazer o jantar, obviamente).

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    12. Penso que já só lhe falta dizer-me aos pés de que santinho deverei colocar a vela no oratório da tia Póli...

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    13. Isso tem de perguntar à Palmier, que a tia não é minha. Mas eu diria que é o Santo António.

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    14. Acho que é melhor esquecermos a vela, por causa dos cheiros e das lamp berger ou lá o que era. Concentremo-nos no que podemos fazer nas bergères...

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    15. Olhe, Outro Ente, já expliquei ali ao ministro que mirone é só um nick, até lhe posso dar umas dicas mas depois terá se ser cada um por si (e o Santo António por todos).

      :D

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    16. Continue assim e logo vê o que acontece às vendas do seu livro de "auto-ajuda"...

      bem sei que há por aí quem convide para jantar e se gabe de abrir portas, segurar cadeiras e pagar contas, como se isso não fosse indigno de nota por tão banal e inerente ao cavalheiro, mas Outro Ente não. Não é que não o faça, é que lhe é tão natural que nem se dá de conta. Outro Ente convida para voar as que não têm medo de cair. Posto isto, que me diz?

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    17. Vous êtes vraiment très charmante!

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  2. Respostas
    1. Querida Cuca, a Pirata,
      Baudelaire escarnece da mulher idolatrada como uma Santa, a quem se pedia que fosse casta e católica, tanto mais idealizada quanto mais distante, pura e castradora de prazeres.
      No mesmo sentido temos, entre nós, Cesário Verde, que vem introduzir a milady em oposição à virgem senhora.
      A mulher baudelairiana será a mulher mais próxima do ideal, capaz de paixões, apesar de educada.
      Boa tarde,
      Outro Ente.

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  3. Vá buscar as asas que tem escondidas, cerre-a nos braços e voem.

    Beijos,caro Ente :)

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