quinta-feira, 19 de março de 2015

Capítulo Nove

Capítulo Um - Calma com o Andor
Capítulo Dois - Dúvidas cor de Rosa
Capítulo Três - A Mais Picante
Capítulo Quatro - Mirone
Capítulo Cinco - Pasme-se quem Puder
Capítulo Seis - Uva-Passa
Capítulo Sete - Kiss and Makeup
Capítulo Oito - Amor Autista
Trailer - Palmier Encoberto

Foi então que Maria decidiu ir embora. Digam o que disserem, o tamanho importa. E, o do João deixava a desejar.
Sem alternativa melhor, Maria aceita a boleia que Preciosa lhe oferece, juntamente com umas ceroulas curtas e um lenço garrido.
Chegados ao acampamento, todos se põem de cu para o ar, à procura de um seixo lisinho, para a sopa que haveria de ser jantar.
Lembra-se então a Maria da chave desaparecida.
Logo Mariju da sina faz uma reza milagreira, que culmina com pestilenta chave a cair do bolso roto da camisa de Gabiru.
É então areada a chave, juntamente com os tachos, e acaba no panelão, sem o João ratão.
Em volta da fogueira, Maria sente-se quente. Mais quente do que com o ar condicionado de seus pais ou o recuperador de calor de João. Tão quente que se imagina na Morería entre o gitano de olhos azuis, que ali improvisava flamenco e o copo de cava que lhe subia ao nariz. Assim, ouvindo o calcanhar da sua ululante deusa interior dizer que o mundo estava para acabar, decidiu que o melhor era aproveitar.
Já lânguida, pensou que tinha de arranjar um homem que lhe fosse às compras. Afinal, era o que mais detestava. Os cumprimentos da praxe no mercado, fosse mini ou hiper, sempre lhe roubaram mais do que tempo. E sempre a voz de sua mãe: dá beijinho. Sentindo-se capaz de tudo Maria decidiu acabar com o Ulisses assim que o apanhasse e, no embalo, lançar-se em busca do tempo perdido.
Maria adormeceu febril. (É no que dá andar nua na Rua da Igreja.)

15 comentários:

  1. Pobre Maria... A sério... Deve estar estourada a miúda... Até eu já me sinto febril com as andanças da moça. :D

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    1. Querida NM,
      A sério, a sério... não digo. (Recomendo chá de eucalipto, mesmo que não desça a febre, a casa fica a cheirar a acampamento).
      Beijos,
      Outro Ente.

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    2. Outro Ente!

      "A sério, a sério..." Não conheço caraças... Conheço o "A brincar, a brincar"... Até já me fez googlar e tudo... Não encontrei nada. Não me vai deixar nesta angústia, vai? :D

      Um abraço.

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    3. Então, é da monografia seminal de antropologia do "a sério que queres jogar para aí, mas a sério a sério", ao estilo do "tens a certeza, mas a certezinha absoluta".
      Excelente NM.

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  2. A Maria teria as mamas na panela da sopa?
    Não vejo outra reazão senão essa para estar com os calores.
    Hahahahahaha boa!!!

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    1. Querida Uva-Passa,
      Juro que não olhei para as mamas da Maria (aquilo era silicone?). Talvez o próximo capítulo elucide ou até dilucide.
      Beijo,
      Outro Ente.

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  3. Sempre esquentada a boa da Maria!!

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    1. Querida Be,
      Acho que é a coerência da personagem. Isso, e a sequência estar prevista, ao mais ínfimo pormenor, desde início.
      Beijos,
      Outro Ente.

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  4. Respostas
    1. Cada um mais louco que o anterior.... :DD

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    2. A vossa ideia foi muito divertida.

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    3. A culpa foi da Nê. A culpa é sempre da Nê...

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    4. Nesse caso, parabéns à Nê. Afinal, se pedir desculpa é não ter razão, ter culpa será ter razão. Logo, a Nê tem sempre razão. (ou então não tem nada a ver e fiquei baralhado com tanto salgadinho.)

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    5. Ouviste Pic? Aponta: "a Nê tem sempre razão." (Tem tudo a ver Outro Ente, está sintonizadíssimo! ;) )

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    6. Oba, eu sempre quis escrever uma coisa assim como uma espécie de mantra. Foi desta!

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