terça-feira, 10 de maio de 2016

Um obstinado rigor

Contribuindo para o debate acerca do ensino em Portugal, Outro Ente sugere a inclusão das seguintes matérias no currículo básico:
  • História de memórias de gratidão;
  • Literatura em tons de azul; 
  • Matemática de sentimentos diferentes e iguais;
  • Música para a tocar;
  • Geografia de margens de oásis imaginados em desertos reais;
  • Ciência das artes infinitas;
  • Desporto sem emblemas nem teias;
  • Línguas clandestinas e cúmplices.
(Lista em atualização.)

13 comentários:

  1. Vou já inscrever-me no primeiro EFA que me aparecer, seja ele público ou privado, que essas matérias eu quero aprender!

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    1. Querida Lady Kina,
      O seu comentário recordou-me os versos
      "Se houvera quem me ensinara,
      Quem aprendia era eu!"
      (Acho que ficámos na mesma turma. Quer partilhar carteira?)
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  2. Línguas clandestinas e cúmplices pode não ser um programa apropriado ao ensino oficial escolar. Concordo com todas as outras, nutrindo especial simpatia pelo programa de geografia.

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    1. Nesse caso, será objecto de estudo classificado não-oficial.
      Boa noite Pirata!

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  3. Currículo básico relativo à base, às raízes, currículo que se constrói desde a primeira infância (ainda antes, no ventre materno), certo?
    Ou estamos a falar de ensino formal?

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    1. Creio ser indiferente a formalidade ou informalidade do ensino, contanto que a aprendizagem seja efetiva.
      (Espero que não esteja a ser elitista com os títulos. Olhe que a formalidade tem morte anunciada. A favor da igualdade... formal.)
      Boa noite,
      Outro Ente.

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    2. era uma pergunta. Até lhe digo mais, o ensino formal tem a vantagem de chegar a todos e de não depender do berço em que se nasce.

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    3. É uma pergunta incontornável!
      (https://www.publico.pt/politica/noticia/uma-causa-socialmente-fracturante-abolir-o-tratamento-por-dr-1731482?frm=pop)

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  4. Excelente proposta!
    Acho que as matérias seriam bem mais válidas que as que tentam enfiar na cabeça dos putos à força, que vai-se a ver...

    :)

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    1. É decorar hoje para o teste de amanhã, quer porque os programas são extensos e a matéria é dada a correr, quer porque alguns temas não têm interesse para a faixa etária a que são impingidos. Dizer que se dá todo o programa de ciências, porque todas as páginas teóricas estão vistas, quando não se fez uma única experiência com os miúdos ao longo do ano é... o que temos.
      Abraço,
      Outro Ente.

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    2. É...
      ...isto já para não falar de livros com linguagem demasiado "cara" para as faixas etárias e cheios de erros a nível de construçãod e freses! Tenho encontrado coisas nos livros de Português e Matemática que são de bradar aos céus e pergunto-me como é que os conselhos pedagógicos aprovam aqueles livros...

      Parece que cada revisão curricular só faz pior...

      :)

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  5. Fez-me lembrar do filme O Clube dos Poetas Mortos. Penso mesmo que a escola ideal seria a adaptação às várias disciplinas daquilo que se passava nas aulas do professor John Keating, e na escola ideal todos os professores tinham aquela sabedoria, aquela genialidade, e, por isso, aquela capacidade para estimular, e os programas permitiriam o total aproveitamento dessas capacidades sem, ao contrário, serem castradores. Para além de aprenderem as matérias, a decorar, as crianças iam aprendendo a pensar e a chegar às suas próprias conclusões e assim ia nascendo a vontade de questionar, de saber o que questionar e de querer saber mais, por gosto e não apenas pela obrigação do que é inevitável, como consequência provável teríamos o desenvolvimento da criatividade, da imaginação, da originalidade e por aí fora.
    Bom dia, Outro Ente.

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    1. Querida Cláudia Filipa,
      Entretanto, o professor Keating é encarnado pelos pais das crianças que têm sorte.
      Tem razão, tem razão, é apenas uma tentativa que não chega ao andar desengonçado do original... pois bem, valerá o que valer. Tem, pelo menos, o mérito de criar crianças felizes e sem problemas em comunicar e em ser entendidas pelos pais. Se bem se recorda - e não tenho dúvidas de que recorda - o filme não tem final que ateste a qualidade do ensino...
      Bom dia,
      Outro Ente.

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