Tanto por dizer. Tanto tão bem dito.
"Imagina que tu mesmo estás a construir o edifício do destino humano, com o objectivo de, no fim, fazeres com que as pessoas sejam felizes, que recebam a paz e o sossego, mas que para isso seria necessário e inevitável martirizar uma criatura minúscula, aquela criancinha que batia com a mãozinha no peito, e que seria sobre as lágrimas não vingadas dela que tinhas de erguer esse edifício; concordarias então, nessas condições, em seres o arquitecto? Diz, e não mintas!
- Não concordaria --disse baixinho Aliocha.
- E podes admitir a ideia de que as pessoas para quem estás a construir concordem em aceitar a sua felicidade à custa do sangue injustificado do pequenino mártir e, ao aceitarem-na, ficarem felizes para sempre?"
(Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov)
E quem vai fazer alguma coisa? Ora, os mesmos de sempre. Quem não tinha tempo, continua a não o ter.
(Não pretendendo catequizar nem fazer disto um púlpito, hesitei em escrever sobre os refugiados. O tema é demasiado complexo para o confinar a posts curtos e incompletos, como os que aqui escrevo. O tema é demasiado importante para não dizer nada.)
Bom dia. Partilho consigo a dúvida.
ResponderEliminarQuerida Mirone,
EliminarContudo, Aliocha foi peremptório.
Talvez por isso, uns inspirem e outros apenas respirem. Já reparou que os discursos de líderes que ficaram para a história falam sempre dos direitos dos homens, da igualdade entre os homens, e não do "nós primeiro, os outros depois"?
Bom dia,
Outro Ente.
Tratem-se os feridos e enterrem-se os mortos e fechem-se os portos. Parece-me que há cada vez mais quem se concentre nos portos.
EliminarBem, essa não é, de todo, a minha opinião.
EliminarMas é a de tanta gente.
EliminarSim, é. Continua a não ser a minha. E, desta vez, não é por gostar de ser do contra.
EliminarSim, eu sei.
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