quinta-feira, 2 de julho de 2015

Se não responder nem se nota o pseudo


Eu sou o aerívoro da era pós-moderna hedonista antropofágica. Sou um criativo cultural inculto, tecnológico analfabeto, guru da mediocridade. Sou um impressionado que nunca se impressionou com o impressionismo. Sou da geração em 1ª classe, com o diploma do erasmo, na minha pasta de Dr.. Sou senhor do acho e vivo de citações, dentro de fatos à patrão. Sou de esquerda no coração e de direita na outra mão. Tenho costela de monárquico e ombreio com os Buiças. Li os Maias por resumo, faço relatórios por apontamentos, ouço música com phones e sou craque da wikipédia. Sou um diletante, sou um dandy, sou um empowerado, sou um chato. Sou um retórico de cashflows sem pedigree. Escolho vinhos que nunca bebi e pratos com reduzido. Tenho Gps's e i's. Viajo para Avenidas e não me perco em ruelas. Vou para dizer que fui. Não me interessa o futebol. Nunca fui a festivais. Os museus valem pelas stores. Opino sobre filmes que não vi e alardeio o Godard e a Medeia que nunca verei. Abomino a América e proclamo a potência russa. Tenho síndrome de Fabergé e nunca fui medicado. Não entro em discussões. Nunca pensei nos assuntos.
Chamam-me pseudo-intelectual e sinto-me elogiado. Havemos de nos encontrar, saine dai.


11 comentários:

  1. Será difícil encontra-lo entre tantos e tantos e tantos iguais.

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  2. Bem, não fora o facto de estar ali explicitado que não lhe interessa o futebol, chamar-lhe-ia o Português típico!

    Assim, e uma vez que eles tb não se interessam pelo "Soccer", parece-me mais uma "Amaricano" típico...

    :)

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  3. Querido Outro Ente, e eu gosto de si com todos esses paradoxos e "pseudos" que o tornam tão humano e tão próximo de todos nós :)

    Um beijinho

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  4. Morre lentamente
    Quem não viaja,
    Quem não lê,
    Quem não ouve música,
    Quem não encontra graça em si mesmo

    Morre lentamente
    Quem destrói seu amor próprio,
    Quem não se deixa ajudar.

    Morre lentamente
    Quem se transforma em escravo do hábito
    Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
    Quem não muda de marca,
    Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
    Não conversa com quem não conhece.

    Morre lentamente
    Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
    Olhos e os corações aos tropeços.

    Morre lentamente
    Quem não vira a mesa quando está infeliz
    Com o seu trabalho, ou amor,
    Quem não arrisca o certo pelo incerto
    Para ir atrás de um sonho,
    Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...

    Viva hoje!
    Arrisque hoje!
    Faça hoje!
    Não se deixe morrer lentamente!

    (Que parvoíce é esta? Querem então morrer depressa é isso?)

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  5. A América está perdoada, quanto a mim -- ou pelo menos tem atenuantes -- por ter sido capaz, ainda assim, de nos dar Twain, Melville, Rothko, Pollock, Spielberg, Coppola (a lista, pelo lado do cinema, seria grande), o transístor e parte grande desta coisa da Internet. Land of the free, home of the brave -- sim, às vezes também. Nos tempos que correm, é a Europa que começa a dar sinais dos pés de barro -- ou de areia -- em que está assente.

    Aceite um abraço.

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  6. Hoje em dia é muito fácil ser uma fraude.
    Detesto essa coisa do pseudo, embirro de uma forma que nem consigo explicar com isso e para mal dos meus pecados, parece que passou a andar na boca de toda a gente.
    Este post, acredito mesmo nisto, no que a si diz respeito, é uma fraude. Vou continuar a vir aqui, aprender umas coisas consigo.
    Não quero saber se é um intelectual, ou não, mas também, ainda hoje estou para saber o que é mesmo isso de ser-se intelectual.
    Agora, não se sinta elogiado se lhe chamarem pseudo, pode ser? Se for como eu, não vai verbalizar, mas, pelo menos pense, que quem lhe está a chamar pseudo, já metia o pseudo, num determinado sítio, muito pouco intelectual.
    Boa tarde.


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  7. Síndroma de fabergé é tão lindo que também quero ter disso.
    :)

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  8. Estou como a Miss Smile, gosto do seu lado humano, que não é pseudo.

    Tanti baci

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  9. Baralhei-me toda.
    Nada do que li me pareceu auto-descritivo, e a última expressão, quase latinácia, ainda me desaparafusou mais.
    O que não significa que não tenha apreciado a prosa :)
    Um beijo, Outro Ente.
    LP.

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