quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um post sério ou ecos de liberdade dos blogs

Os que me lêem sabem que tento pensar o menos possível, com receio de apanhar uma encefalopatia. Porém, em (des)virtude do voodoo que nos assola - só pode - dou por mim a escrever estas linhas, como se sentisse a tardia necessidade de responder a certo Eco que jamais as lerá.

Os meios de comunicação social ditos tradicionais comunicam periodicamente acontecimentos e dados tecnicamente considerados convenientes ao conhecimento público, à luz de um critério de honradez que determina a publicação de todas as notícias "que vale a pena imprimir".
Esse poder absoluto de divulgar ou suprimir foi abolido com uma "rede em linha". Existe agora a possibilidade de aceder a factos e opiniões que, de outro modo, seriam dados a conhecer na medida e com a forma como "os do momento" considerassem adequado.
Muito embora a prática raramente corresponda à teoria, a liberdade de expressão protege, essencialmente, o interesse universal no acesso a informações e discussões, sem monopolizações ou censuras, simpáticas ou virtuais.
Num reino com poucas leis e limitações tremendas à proteção e à responsabilização será necessário zelar para impedir que as oligarquias disponham do poder absoluto de suprimir vozes dissonantes.
É demasiado frequente a equiparação do bem aos interesses dos que podem e mandam... silenciar.


(Norman Parkinson)


9 comentários:

  1. Quem o lê, sabe perfeitamente, que se há desporto ao qual se dedica, é ao do pensamento.
    Desde já, peço desculpa por ir fazer um paralelismo entre este seu post e o anterior, sim, o das alças de soutiens.
    As vozes dissonantes, também deviam ter algum critério na forma como praticam a dissonância. Em jeito de "desabafo", uma coisa que me causa "desgosto", é o facto das pessoas confundirem educação, elegância, ter maneiras e respeitar espaço alheio, com subserviência, fragilidade, ingenuidade e tolice. Da mesma forma que era desejável que se tivessem noções de vestimenta adequada, também era desejável e beneficiaria todos se se tivessem outro tipo de noções.
    Há demasiada gente a apresentar-se "mal vestida para os debates" e muitos fazem-no propositadamente e não, não é de escrita incorreta que falo, claro.
    Se eu tivesse um blog, Outro Ente, para essas pessoas as coisas funcionariam assim: "Na rua coloca-vos mal". No meu blog "coloca-vos na rua".
    Agradeço-lhe desde já a discussão saudável e desejo-lhe um bom resto de dia, Outro Ente.

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    1. Querida Cláudia,
      Ainda não senti necessidade de limitar o acesso ao blog. A esmagadora maioria dos comentários é assinada e, mesmo os que o não são, exprimem-se com correção. Acho que sou privilegiado.
      Quanto à necessidade de distinguir águas reconheço-lhe inteira razão. A sobriedade é, as mais das vezes, sinal de força.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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    2. Não me referia ao seu caso específico Outro Ente, tem mesmo sido um sortudo (pronto, tirando eu às vezes, vá). Foi só um exemplo, para dizer que, por muito polémico que isto possa ser, não me chocam certos limites ao exercício da liberdade. A liberdade, às vezes, fica com as costas muito largas e acaba a servir de justificação para o injustificável.
      E como neste espaço impera a boa convivência dos que sabem viver em liberdade, não me limito a desejar-lhe uma boa noite, mas sim uma noite supimpa.

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    3. Diria que também por si.
      Noite feliz querida menina.

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    1. Sorrio-lhe de volta...
      (Na volta ainda aparece aqui NM com os seus não querem lá ver.)
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  3. O Umberto tinha as suas razões, não considero total, mas quase...

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    1. Caro Urso Misha,
      Que tem as razões dele, não duvido. Sucede que não coincidem com as minhas. Reservar direitos a elites, ainda que "intelectuais" é demasiado perigoso, como bem demonstra a história. Vejam-se os exemplos de limitação do sufrágio a castas iluminadas.
      Prezo todos os direitos fundamentais. O direito à palavra não é menos importante do que o direito à educação. Afinal, não há machado que corte a raiz ao pensamento e há coisas que têm de ser ditas a toda a gente.
      Umberto Eco escreveu O Pêndulo de Foucault, pelo que tudo o que diga agora deverá ser descontado.
      Um abraço,
      Outro Ente.

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    2. Caro Ente,
      Estamos de acordo então.
      O quase estava a ser politicamente correcto pois parece que o Sr. (o Eco) se excedeu, mas honestamente chateia-me por vezes ligar-me ao Facebook e ver tantos testemunhos e comentários tão estranhos, para quase achar que ele tinha razão, mas até os menos dotados têm que ter direito a falar e opinar.
      Abraço

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