sexta-feira, 24 de abril de 2015

Daltonismo sem androgenismo ou os problemas das mulheres são...

Para responder a tão complexa questão deveria, sem dúvida, abordar Rousseau e Lacan ("olha que tu não me confundas com outra"), estudar Olímpia e Das Unheimliche ("mas quem é que tu pensas que eu sou"), conhecer Isis e Ares ("eu não sou como ela"), recensear os homens de Marte e as mulheres de Júpiter ("nem morta eu faria/vestiria/diria/comeria como ela"), debruçar-me sobre o sintoma masculino e a evidência feminina ("os maridos das outras são"), distinguir a Sulamita do grotesco ("não te conheço"), expurgar o simbólico do real ("eu também"), e atentar em muitas outras realidades imprescindíveis.

Talvez então concluísse que Mário de Sá-Carneiro falhou. Que eu sou Eu e o Outro e a ponte que vai de um para o outro. Que gosto de mulheres que riem, que conversam, que têm garra, que confiam, que encostam a cabeça no meu peito. Que me atraem as que fecham os olhos de olhos abertos.

Talvez o problema das mulheres seja, afinal, continuar a pensar que cabem dentro de um estereótipo matutando sobre se padecerão dos problemas que lhes aventam e dos quais, de facto, sofrem. Tanto quanto eles.

24 comentários:

  1. Sai uma piscadela de olho para o senhor do Lamborghini cinzento pêlo de rato.
    ;)

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    1. A Mirone provoca boa-disposição. Pisco-lhe o olho de volta.
      Beijos,
      Outro Ente.

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  2. O problema das pessoas em geral é quererem tanto ser diferentes que nem cabem em estereótipos. O problema das outras pessoas é não aceitarem que há pessoas diferentes e caírem em preconceitos demasiado falaciosos.

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    1. Há pessoas com tanta necessidade de afirmação que acabam por fugir de si. Outras, fazem apenas má figura.
      Boa tarde,
      Outro Ente.

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  3. Boa tarde, Outro Ente
    Agora a pôr as leituras bloguísticas em dia, opto pelo silêncio nos seus outros posts mas quero comentar este e vou escrever muito a sério. Já respondi a essa pergunta no sítio de origem de uma forma mais ligeira, mas, vendo bem as coisas, não muito diferente disto "continuar a pensar que cabem dentro de um estereótipo", acho que este é mesmo o nosso problema mais grave. Para simplificar vou só cingir-me à sociedade à qual pertenço, a que se diz em liberdade, o nosso problema é ainda não sermos livres, não sermos livres para ser para lá do estereótipo que parece que nos está colado à pele, que parece que carregamos incrustado e que muitas vezes, são as próprias mulheres que acabam por funcionar como polícias de costumes umas das outras para que nada descarrile e os estereótipos se mantenham e conseguem ser bem cruéis no cumprimento dessa "missão". Sei que podemos filosofar e dizer que ninguém é livre, mas na medida possível de liberdade que nos é permitida a todos, muitas de nós, ainda estamos muito aquém dessa quota de liberdade possível e esse é, para mim, o nosso maior e mais complexo problema e que é depois fonte para muitos outros. Não sei se deu para perceber a ideia, mas não consigo explicar melhor.

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    1. Cláudia, é verdade que as mulheres "policiam" as suas pares, mas não é preciso estar muito antenta para perceber que os homens também o fazem. Podemos ser muito "bem resolvidas" (a urticária que esta expressão me causa, senhores), esclarecidas, independentes, dizermos que não somos como somos (vestimos, falamos, agimos, o que for) para impressionar os homens, muito menos as outras mulheres, mas antes porque aquela é a nossa pele e é nela que nos sentimos bem, mas sabemos que faltamos à verdade, que secretamente, mais umas que outras, desejamos aprovação, aceitação da parte dos outros. Porque, ai Jesus, valha-me Saint Exupery, olha o cliché, todos queremos cativar e que nos cativem. Ou seja, será que queremos ser absolutamente livres? eu gosto de me sentir presa a algumas pessoas e de as sentir presas a mim.
      No fundo, e agora é consigo, Outro Ente, os estereótipos de que fala no último parágrafo, não os vejo como um problema, antes apenas facilitam algo que todos procuramos, identidade e sentimento de pertença.

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    2. Antes apenas?!
      (riscar o apenas, sff)

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    3. Mirone, talvez isto seja uma coisa muito minha que não me dá o direito de falar por mais mulher nenhuma a não ser por mim própria, mas eu adoro a liberdade, a liberdade é-me fundamental e detesto sentir-me presa, só os afectos me prendem e isto não digo porque é coisa bonita de se dizer, é para mim um facto, mas mesmo essa prisão tem de ser em liberdade, não sei se entendes, essa ideia de ter necessidade de estar presa a pessoas e ter necessidade de ter pessoas presas a mim, não a tenho, se me perguntares se eu gosto que existam pessoas que eu sei que gostam de mim, claro que sim, mas tenho sempre a ideia que também ficava muito bem se não existissem essas pessoas, como já perdi muitas pessoas que adorava para a morte, aprendi que nós ficamos bem, ficamos sempre bem quando estamos bem connosco próprias e isto até parece conversa de livro de auto ajuda, mas garanto-te que não é, é experiência própria. E digo-te mais, acredites ou não, hoje em dia não faço nada para impressionar ninguém, agora claro está, que se impressionar favoravelmente fico feliz, claro que fico, não sou imune à vaidade. Quanto a isso dos homens policiarem, claro que sim, há homens que policiam, felizmente conheço mais dos outros e infelizmente fui conhecendo mais mulheres polícias.

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    4. Claudia, percebo-te perfeitamente. E foi de afectos que falei o tempo todo. Eu falo em presa (gostar de me sentir presa a alguém) num sentido mais lato, enquanto ligada, unida, não no sentido mais estrito de dependente, ou sem individualidade. E quando digo que gosto de me sentir presa a alguém não falo em nenhuma pessoa em particular. Evidentemente gosto de me sentir ligada (presa) ao meu marido, à minha família, aos amigos, a todos os que considero significantes na minha vida. Nesses significantes incluo os que estão e os que partiram. Apesar de não ter comigo nenhum dos meus avós continuo a sentir-me ligada a eles, porque tenho em mim um pouco deles. E não falo apenas a genética que definiu a cor dos meus olhos, do meu cabelo, a minha altura, o formato das minhas mãos, são os valores que me transmitiram, os momentos que vivemos. Sinto falta do contacto físico, mas em momento algum me senti desligada deles.
      quanto a homens e mulheres que policiam, continuo a achar que ambos o fazem em medida igual. Penso, contudo,y que descuramos um aspecto importante. Tão polícia é aquele que diz "meu Deus, como é que és capaz de sair assim à rua?" como aquele que diz "Gosto muito de te ver de azul". Uma e outra frase podem ser vistas como uma forma de me influenciar, senão mesmo de me condicionar. Da próxima vez que sair pensarei naquelas palavras e, muito provavelmente, usarei um vestido azul, porque me disseram que me fica bem.
      No meu dia-a-dia há situações em que sei que posso impressionar e tiro partido disso, mas isso não quer dizer que tenha o único propósito de impressionar. Não estando dependente da opinião dos outros, penso sempre no que podem pensar, não no julgamento que possam fazer de mim, mas em como o que faço/digo os pode afectar, positiva ou negativamente. Chamo-lhe empatia e bom senso, "filtro".
      :)

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    5. (Estás outra vez duplicada :))

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    6. Meninas Cláudia e Mirone,
      A sério? Valha-me Zeus que me carimbaram sério.
      Eu não tenho respostas. Tenho apenas a minha opinião.
      Lendo-vos fico com a sensação de haver um único estereótipo de mulher, como um manancial do exemplar feminino. Pelo contrário, existem vários. Existe o estereótipo da coquete fútil, o da executiva cabra, o da mãe fada do lar, o da intelectual desleixada, o da alternativa feia, o da fofa aborrecida... E, parece que algumas mulheres se esforçam, precisamente, para não sair do papel que escolheram desempenhar. Lá está, para parecerem perfeitas no recorte.
      Eu não tenho um "saco" onde cabem todas as mulheres. Acho mesmo que são tão diferentes que vão de extremo a extremo. Agora, não posso negar que muitas são arrumadas em compartimentos do tipo dos supra enunciados. Provavelmente porque esconderam ser mais e eu não tive vontade de procurar.
      Discordo da ideia segundo a qual moldarem a vossa personalidade segundo padrões de terceiros vos tornará inclusivas ou queridas. Discordo ainda mais quando se associa essa ideia a felicidade ou amor. Das duas uma, ou a moldada é muito fraca ou o molde acaba por estalar.
      Eu não ficava bem sem as minhas pessoas. Aliás, sem algumas delas ficaria tão mal que duvido que ficasse.
      Dizer que está bonita ou sugerir que mude de roupa não é policiar é elogiar e cuidar.
      Finalmente, não é preciso caberem numa definição para haver ligação, pertença, prisão. E, de agradar, gostamos todos.
      Resumindo, o problema não será tanto o policiamento entre mulheres, mas o policiamento que cada mulher faz a si própria, para não sair do papel que escolheu.
      Claro que me baseio no método da observação. O meu preferido.
      Beijos,
      Outro Ente.


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    7. Detesto que isto duplique.
      Concordo com tudo até dizeres que a manifestação de um gosto pessoal também pode funcionar como uma forma de policiamento, se eu disser ao homem de quem gosto que prefiro vê-lo com um determinado corte de cabelo que acho que isso o favorece e se ele passar a usar sempre esse corte de cabelo acho que é uma forma querida de me agradar e que não prejudica ninguém, se ele me disser que gosta muito de me ver de azul, não me condiciona, mas porque também não é nada que me custe, não me importo de passar a comprar mais peças azuis é uma forma de agradar a quem se ama pura e simplesmente, não me faz sentir menos livre. Quanto à empatia, ao bom senso e ao filtro, é o desejável para melhor vivermos em sociedade uns com os outros, sermos livres não é sinónimo de sermos selvagens e vivermos a nossa liberdade com delicadeza, com respeito pelo espaço, pela liberdade alheia, melhora o nosso próprio viver em liberdade. Ao que chamas impressionar no último parágrafo eu chamo boa educação.

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    8. No meu último parágrafo falo de duas situações distintas. Por exemplo, em ambiente profissional, há situações em que faço por impressionar. Fora do ambiente profissional, faço por usar o bom senso e a empatia.
      Ainda quanto ao policiamento, tudo depende do que entendermos por policiamento (acho que estás concentrada no polícia mau, e nem todos são, também há os que nos ajudam).

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    9. Outro Ente, a propósito dos estereótipos, penso que estamos de acordo. Onde diz que há mulheres que se esforçam, mais umas que outras, é certo, para se manterem fiéis ao estereótipo que escolheram para si, eu digo que os estereótipos ajudam à criação de uma identidade, à formação de um espírito de pertença.
      A parte do moldar e ser moldada não percebi. Mas se o meu marido me disser que gosta de me ver de azul, da próxima vez que for às compras, ainda que inconscientemente, é natural que me concentre em peças azuis.
      A parte de moldar os comportamentos para ser querida e inclusiva, também não percebi muito bem. A do amor e da felicidade, idem.
      Em relação caber numa definição para haver sentimento de identidade e pertença é óbvio que não, até porque eu gosto de me rever em mais que uma definição.
      A parte do policiamento, quem policia quem e como, já disse à Cláudia, depende do papel que atribuirmos ao polícia.
      Em suma, parece-me que estamos todos a falar de coisas distintas.

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    10. Na falta de problemas, toca de os inventar...

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    11. Continuo a não perceber. Problemas a sério, comuns a ambos os géneros, é saber se a minha filha está alimentada, quem uma cama quente para dormir e um tecto por cima da sua cabeça e se sente amada.
      Se o Manel gosta mais da Maria que de mim, se a Maria é mais feia ou mais bonita do que eu, se sou popular, bem me quer mal me quer, e outros que tais, não me preocupam minimamente, é para o lado que durmo melhor, como costuma dizer-se.

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    12. Tantas coisas que disseram entretanto...
      Mirone não sei se estivemos todos a falar de coisas distintas se todos a falar das mesmas coisas mas de acordo com a experiência de cada um. Eu gosto de polícias, mas dos verdadeiros, dos que dão o corpo ao manifesto por nós, os tais que nos ajudam. Agora que li a resposta do Outro Ente tenho que concordar com a ideia do policiamento de cada mulher a si própria e quando falava da falta de liberdade referia-me precisamente ao facto de achar que muitas vezes o papel representado não foi voluntariamente escolhido, porque se foi resultado de uma escolha consciente, não há aí falta de liberdade, o que eu acho que acontece é que ainda muitas mulheres são levadas a escolher um papel que não escolheriam se pudessem mesmo ser livres na escolha. Esses estereótipos todos tão vincados de que fala o Outro Ente, parecem-me mais cinematográficos do que reais, mas cada um sabe da sua vida e de quem conhece ou conheceu.
      Quanto a isso de não ficar bem sem as suas pessoas e que ficaria tão mal que nem sabe se ficava, pois, eu dizia o mesmo...de resto são coisas muito privadas de que nem devia ter falado, há pouco saiu, não vai voltar a sair.

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  4. Cucu!
    Venho aqui meter o bedelho.
    Vocês os 3 são muito eruditos e eu até tenho medo de cometer alguma gafe desinteligente.
    O que eu acho é que todos nós, homens e mulheres somos constituídos por duas partes muito distintas: o ser e o parecer.
    O parecer é a farda. Vestimos todos os dias o parecer e saímos para a rua. A farda que vestimos é moldada pelo 'trabalho' que vamos fazer naquele dia. A sociedade, doravante chamada de fábrica, tem várias secções. Hoje calha que tenho trabalho para fazer no armazém. No armazém preciso de carregar vários caixotes. Apanho o cabelo, visto calças, ténis, e talvez não use maquilhagem. A farda é calibrada consoante o trabalho. Se vestir saia travada e uma camisa de botões branca, sou capaz de me sentir um bocadinho desajustada. Vou rasgar a saia e saio de lá com a camisa toda suja, e os meus colegas vão perguntar se vim para bailar ou se vim para trabalhar. Os outros aqui desempenham o policiamento da farda. São homens e mulheres, ambos policiam. Se eu optar pelo ser ao invés do parecer, estou-me nas tintas para onde vou e opto pela saia travada que me fica bastante melhor, mas devido à critica dos polícias, vou deixar o meu ser de rastos. Mais vale parecer do que lançar o meu ser na lama, no meio do armazém. Isto do ser livre afinal não é só ser livre, é necessário que haja mais gente livre ou todos livres, para me deixarem em paz com os meus saltos altos. Acontece que uma caixa mais afoita fica lá em cima na 5ª prateleira. Lá dentro está a minha promoção. Ora com esta vestimenta nunca conseguirei lá chegar sozinha. Chamo um colega para me ajudar e fico a deve-lhe um favor. Dei o flanco, quis ser e logo eu que nem sou de pedir ajuda, que sou muito independente com a minha saia travada, acabei por passar uma imagem de bonequinha de armazém. Deus me livre. Amanhã vou de calças e provarei que sou igual ou melhor que eles todos.
    Onde quero chegar é que só no pensamento somos livres, e mesmo nesse há condicionamentos vários, entre eles os religiosos.
    Assim sendo, e perante a realidade de sermos gregários, comunitários e interdependentes, a liberdade pura e simplesmente não existe. Os papeis que cada um tem na sociedade já estavam definidos quando nascemos, e a única forma de não sermos considerados excêntricos ou desajustados é encontrar secções dentro da fábrica que nos possam permitir uma coisa mais próxima do nosso ser, e da nossa saia travada. Escolhemos partidos, clubes, religiões, marcas de sapatos, cor de cabelo, para nos sentirmos mais nós. Mas na secção da saia travada também lá vai o fiel de armazém, que só veste calças e ténis. Obviamente que nos vai criticar a saia travada. Resumindo: não podemos comer o bolo e ficar com o bolo. A maior parte das pessoas come o bolo, isto é, opta 99% pelo parecer. Daí dizer-se que ninguém muda, mas sim transformam-se, quase sempre pelos outros, e para seu próprio 'bem'. E no fundo pelo bom funcionamento da fábrica.
    E depois inventaram a música, o álcool e as drogas. Que as pessoas não aguentam vestir a farda durante um dia inteiro.
    E depois há muita malta que nem sequer trabalha na fábrica, mas esses quase ninguém dá por eles. Não existem.

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    1. Uva nem de propósito acabo de deixar num outro blogue "Ser Parecer" de Mia Couto. Antes que o Outro Ente, nos corte o pio por já nem nos poder ler sobre isto, digo-te, primeiro ainda bem que vieste "meter o bedelho". Depois, que resumiste maravilhosamente a forma como nos organizamos para funcionar, a que se dá o nome de viver em sociedade. E nesse caso não há qualquer diferença entre homens e mulheres, todos temos de fazer cedências que limitam a nossa liberdade e que até contribuem para nos facilitar a vida. Mas eu estava a falar de uma coisa diferente, para facilitar vou pegar nos estereótipos enumerados pelo Outro Ente e quando falei de liberdade a menos no caso das mulheres, liberdade a menos dentro dos limites em que nos é permitida a todos, homens e mulheres, é por exemplo uma mulher querer ser só executiva e dedicar-se a isso (cabra são coisas do Ente) e em vez disso foi encaminhada subtilmente, ou não tão subtilmente assim, a tal coisa a que chamei policiamento, para ser a mãe fada do lar, percebes a minha ideia, este é só um exemplo. O que eu acho Uva, é que o homem continua a ser mais livre de escolher o seu papel, não está tão sujeito a pressões para encaixar num estereótipo como as mulheres, continua a ser o homem a ser deixado mais à vontade para escolher qual o papel que virá a desempenhar na fábrica. Eu e tu e muitas mais já pudemos escolher o nosso lugar na fábrica mesmo com os normais ajustes para que a dita possa funcionar e seja próspera para não fechar as portas, mas ainda acho que nós somos excepções e obviamente que daqui é para retirar capacidades de trabalho e competências maiores ou menores, falo de outras coisas que limitam e influenciam para além disso, claro.

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    2. Outro Ente, apague os duplicados por favor e mais uma vez desculpe e um resto de boa tarde, se estiver a ser boa, claro.

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    3. As tuas respostas são tão boas que o blogger as duplica.
      Não lêem à primeira, lêem à segunda!

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  5. Caríssimas,
    Não trabalho numa fábrica, visto calças, não tenho dificuldade em aceder a prateleiras e não uso máscaras.(Ainda que trabalhasse numa fábrica, sobrar-me-iam dois terços dos dias úteis e todos os outros para tudo o resto.)
    A gravata faz parte do que faço, o toque faz parte do que gosto, as mangas arregaçadas fazem parte do que é necessário. Nunca me sinto a encaixar na imagem do que não sou. Faço muitas coisas diferentes, continuando a ser e a sentir-me o mesmo.
    A ideia de sermos aos papéis é redutora. Só me sinto a desempenhar papel quando acedo a "fretes" e, mesmo aí, continuo a ser eu, eu-amigo.
    Quanto ao "policiamento" externo nunca senti senão vindo da mãe que gosta da barba desfeita; interno, só se resultar dos meus objetivos.
    Estranho é que as mulheres tenham dificuldade em aceitar que não são só o que trabalham... será este o problema das mulheres?
    Os comentários repetidos foram eliminados.
    Beijos,
    Outro Ente.

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