Nos blogs, limitamo-nos a inventar de espanto palavras de maresia, sem cobrar das horas gastas. Nos blogs, limito-me a mentir com (quase) todos os segundos que o tempo tem.
No blog, transgrido em confissões que nunca fiz e persisto no tempo que me falta. No blog, chego a dançar um tango intenso, no convés de um barco que não navego.
Com o blog, partilho palavras comuns e insuspeitas, conheço escritas admiráveis e arrepio-me com novos tons.
Pelos blogs, antecipo autores distintos e absolutos da catarse que vale a pena. Pelos blogs dos meus, chego a antecipar a entrada do dia num novo post.
Os blogs apreciam a distância indelével da corporalidade e mantêm a presença viva do pensamento.
Neste blog, perdi o conto às tardes convividas e às histórias instintivamente tecladas. Senti a cumplicidade do outro lado da distância. Recolhi o que me sobra em pensamentos. Abriguei-me da nostalgia do que já não é e do que me engano.
Este blog dá-me conta de outros cantos, sustenta-se em motes diferentes, tutela estradas, ignora vassalagens prestimosas, aplaude sensibilidades benignas.
Houvesse alma, como há talento, e talvez - nisto dos blogs - existíssemos amigos.
eu sei-me amiga de pessoas a quem não lhes conheço o rosto, nisto dos blogues. mas também me engano muito, como na vida cá fora, tal e qual :)
ResponderEliminar"Nem sempre os que estão mais perto fazem melhor companhia".
EliminarNão é sobre os amigos que há enganos, ana. É sobre os outros.
é isso mesmo, Ente.
EliminarPrimeiro teríamos que aprofundar qual o verdadeiro significado da palavra "amigo" e caso fosse necessário consultar um bom dicionário de língua portuguesa...mas penso que nisto dos blogues bastava, e não seria pedir muito, que houvesse respeito e bom senso (duas "coisitas", pequenos pormenores portanto, cada vez mais em desuso).(é que uns são uns Senhores e umas senhoras e têm vida e família e emprego e maridos e mulheres e filhos e filhas, para além dos blogues, e os outros segundo estes grandes senhores todos poderosos do blogomundo, têm apenas um "O" na testa, os parolos, e andam para aqui a apanhar bonés, coitaditos).
ResponderEliminarDe volta, Outro Ente? bem-vindo!
Olá Té. Obrigado? Acho eu.
EliminarEu é que agradeço...
EliminarOlá, Outro Ente.
Caramba, para quê mentir se se pode simplesmente omitir? afinal já não se omite o nome, o endereço, o estado (caótico ahahah)das personagens?
ResponderEliminarDeixe-me que lhe diga, que por aqui nos blogues, encontrei gente boa, omitida, que com o tempo demo-nos a cara e até já nos conhecemos, não em almoços (nada contra) visitas da casa mesmo, como se faz aos amigos.
Fora isso cada um é como cada qual. e siga a música :-))
noname, já não sei se falamos de "sentir com a imaginação " se de "dois rumos". De todo o modo, dancemos.
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=8ZM-a_A4AFY
A música nem é má mas, pouco dançável. De qualquer modo grata pela intenção :)
EliminarE há um convés onde se dança de alegria pelo seu regresso.
ResponderEliminarÓ Cuca...
EliminarSó sei que fiquei com um grande sorriso ao lê-lo de novo! Há blogs assim!
ResponderEliminarBeijinhos, caro Ente :)
Assim, é bom regressar.
EliminarUm beijo para si, Maria Eu.
Caro Outro Ente, esta temática dava pano para teses de mestrado, para jovens psicólogos e sociólogos. Os egos continuam a falar mais alto que a assertividade, o bom senso e a postura do politicamente correto. Já alguém diz que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro.
ResponderEliminarNão me vou acrescentar, mas também lhe digo que não sou autista relativamente ao seu ponto de vista crítico, ou de realidade nua e crua...
Que bom voltar a lê-lo, independente dos laço ou falta deles que nos unam.
Por um lado, somos donos dos nossos silêncios e escravos das nossas palavras, por outro lado, liberdade é podermos escolher as nossas prisões...
EliminarOpto pelo que nos une.
Noite feliz Sandra Louçano.
"Liberdade é podermos escolher as nossas prisões..."
EliminarAdmirável esta sua afirmação. E explorando temáticas tão profundas como estas, somos obrigados a olhar para dentro de nós, sermos auto críticos, e descobrirmos-nos um pouco melhor.
Depois de refletir um pouco, descobri que a minha liberdade me aprisiona dentro de mim própria.
Obrigado Outro Ente, acho que irei dissecar um pouco este tema...
Bom feriado.
Caramba... de tão distraída só me dei conta agora do seu regresso :) bem aparecido seja, Outro Ente! É bom poder voltar a lê-lo :))
ResponderEliminarBom dia Olvido. É bom saber que não se esqueceu de mim.
Eliminar