A imensidão desta terra chã, confluência onde se move e abraça a minha história; a tradição do velho solar; a carícia do melhor vento debaixo da alpendrada; a beleza em variedades de sonho; a mística das velhas paisagens; a inocente e expressiva fantasia do espaço; a aristocracia das gentes; os ares telúricos; os espelhos que mostram o lado de cá; os livros que revelam o que mora escondido nas palavras; os carreiros sem destino; os muros sem fronteiras; as madrugadas encontradas a poente; os amanhãs sonhados nos alvores do fim da tarde; o torpor induzido pelo canto das cigarras; os grilos que se deixam apanhar em caixas de fósforos com folha de alface; o esquecimento do que nunca soube; as fotografias que me curam de mim.
Por mais anos que passem, continuo a olhar a herdade com olhos de menino atónito.
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