segunda-feira, 30 de maio de 2016

Será mais ou menos isto

Não estudo nem deixo de estudar com os meus filhos.
Se precisam que lhes segure o selim para aprenderem a andar de bicicleta sem rodinhas, seguro-o. Se não conseguem atar as sapatilhas, o melhor é comprar das de velcro. Quando dominarem o laço poderão ter as All Star desejadas - estarei a compra-los? Se não sabem o que é uma hipérbole, perguntam. Se precisam de um poema, procuramo-lo juntos e, provavelmente, escolheremos Liberdade. Se estão a aprender a ler ouço a Galinha Ruiva e o Patinho Feio em versão nível 1, vezes sem conta. Se vão ter teste e dizem "papá, vê se eu já sei?", pego no manual e limito-me a fazer perguntas. Por isso, diria que não, não estudo com eles.
Por outro lado, quando me pedem, ensino-os a sublinhar os manuais, ensino-os a não estudar por apontamentos, ensino-lhes a matéria que não compreenderam, ensino-lhes a importância do rigor, ensino-lhes que devem ser o melhor que conseguirem ser, ensino-lhes que os resultados dos outros não são bitola para eles, ensino-lhes que ninguém é perfeito e que é normal ser menos bom nalgumas disciplinas, ensino-lhes que os excelentes também falham, ensino-lhes que o 19 pode não ser muito bom e que o 15 pode ser motivo de orgulho. Por isto, talvez sim, talvez estude com eles.
Seja como for, continuarei a fazer pelo melhor, ainda que amanhã possa fazer diferente.

14 comentários:

  1. Isso sim, é educar!

    Beijos, caro Ente :)

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    1. Querida Maria Eu,
      Se me falasse disto na semana passada, teria de admitir que nunca tinha pensado no "assunto". É como o beijo do bom dia. De tão natural e espontâneo, nem se pensa nisso.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  2. Pois sobre o assunto só tenho a dizer, além do que já disse,que eu não devo ter estudado o suficiente para perceber como é que um desabafo de uma mãe deu origem a posições tão inflamadas.

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    1. De referir que não faço a mínima ideia dessa discussão...

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    2. Querida Mirone,
      Não creio que haja falta de estudos. De parte a parte. Talvez não falte sequer empenho e interesse. Difícil mesmo é perceber que, sendo as pessoas indivíduos únicos, as famílias que compõem serão, necessariamente, diferentes das demais. Logo, o que é bom para uns, não o é para outros. Claro que nisto, razão tem o povo "do convento sabe quem lá está dentro" e "quem está de fora racha lenha"...
      Um beijo,
      Outro Ente.

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    3. A discussão, Maria Eu, gira em torno de "estudar com os filhos, sim ou não". Lamentavelmente, há sempre "donos da verdade" que acabam com a diversão da troca de opiniões sérias e interessadas sobre o tema.

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    4. Outro Ente concordo inteiramente, com o que escreveu, assino por baixo. Só ali naquela parte das sapatilhas é que hummmm...opto por comprar com atacadores, assim vai treinando e é uma forma de incentivá-la, que é capaz. :)
      Boa tarde.

      [e estar lá, para o que der e vier, é esse o papel dos pais https://www.youtube.com/watch?v=9NMthZxPOFU&feature=youtu.be]

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    5. Querida Té,
      proporcionar aos filhos essa segurança, essa certeza de que estamos com eles, também me parece muito importante.
      Bom dia,
      Outro Ente.

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  3. Sabe que mais? Eu faço igual. E continuarei a fazê-lo enquanto achar que é isso que devo fazer por ser o que precisam.
    Bom dia!

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    1. Querida Mais Picante,
      Não duvido do que diz. Tal como acredito que, em regra, os pais sabem o que é melhor para os seus filhos.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  4. Apesar das dificuldades acrescidas na parte do estudo, que me obriga a ser mais professora que mãe, no resto não difere muito e julgo que será assim com a maioria das pessoa, não??!
    (É que não estou a entender a celeuma. Blogosfera cor-de-rosa??)

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    1. Querida Be,
      Do que lhe leio, diria que é "mais professora do que a professora e mais mãe do que tudo o mais".
      (Acho que acordaram agora. A 10 dias do fim...)
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  5. Hoje, subscrevo cada sua palavra, ciente de que, amanhã, poderei subscrever outras, sempre tentando fazer melhor.

    Um beijinho, querido Outro Ente

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    1. Querida Miss Smile,
      Isso é o que fazem os pais. Tanto, deveria bastar. Se há coisa que me aborrece é a crítica de quem está de fora às dinâmicas familiares alheias.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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