nessa tarde em que te ouvi
assaltado por dores
o céu quebrava-se aos disparos
e uma criança muito assustada
que corria
o vento batia-lhe no rosto com violência
a infância inteira
disso me lembro
outra noite cortaste o sono da casa
com frio e medo
apagavas cigarros nas palmas das mãos
e os que te viam choravam
mas tu , não, nunca choraste
por amores que se perdem
os naufrágios são belos
sentimo-nos tão vivos entre as ilhas, acreditas?
E temos saudades desse mar
Que derruba primeiro no nosso corpo
Tudo o que seremos depois
"pago-te um café se me contares
o teu amor"
José Tolentino Mendonça
Se fosse eu ... cantava-lhe tudo. :)
ResponderEliminarCom todos os pormenores.
Bom fim de semana, querido
Outro Ente.
Florzzinha
Gosto tanto deste poema...
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