quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Blá blá blá grande final

"– Tudo isso é nojento! No fim talvez até se entendam ambos. Estou como tu dizias aqui há tempos: Caiu-me a alma a uma latrina, preciso um banho por dentro!
João da Ega murmurou melancolicamente:
– Essa necessidade de banhos morais está-se tornando, com efeito, tão frequente... Devia haver na cidade um estabelecimento para eles."
(Eça de Queiroz. Os Maias)


 

3 comentários:

  1. "O sr. doutor, a meu juízo, é sujeito de grande imaginativa.
    Bonita coisa é idear fabulações em academia de poetas; porém nesta casa, onde a Nação nos manda depurar a verdade dos falaciosos ornatos com que a mentira se arreia, mister é que sejamos sinceros. já o insigne autor dos Apólogos Dialogais disse que a imaginação era curral do conselho, onde, por não ter portas, todo o animal tinha entrada. Bom é também que os moços muito imaginativos se não pavoneiem até ao filaucioso sobrecenho de passarem alvará de sandeus à gente que raciocina mais porque imagina menos. É permitido aos versistas poetarem em prosa; mas as liberdades poéticas não ajustam bem nos debates circunspectos da res publica."
    (Camilo Castelo Branco. A Queda Dum Anjo)
    (discurso de um anjo antes de cair :))
    Boa noite, Outro Ente.

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    1. O meu preferido.
      Obrigado,
      Outro Ente.

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    2. Também é o meu. Acho incrível aquele retrato tão bem feito da realidade, tão lúcido e mais incrível ainda a atualidade. Há coisas que não mudam.
      Não tem de agradecer, foi um gosto.

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