domingo, 17 de maio de 2015

O fim é sempre princípio

Desorientada por uma verdade que sempre lhe escapava, transtornada pelo fulgor que só a ela hipnotizava, Ursa pôs-se a dançar, rodopiando e chocando todos os pirilampos do universo. Tomada pela vertigem, duvidou que pudesse regressar à carne o que perdera o coração para conservar a razão. Nesse instante fugaz em que a dúvida revelaria a verdade, em que o raio contaminaria a escuridão, Ursa compreendeu. Então, possessa, enganchou-se no remendo e, sem artimanhas, fundiu-se com Plutão.
Afinal, também este havia sido expulso...

Moral da estória: é dos censurados que elas gostam.

6 comentários:

  1. Resultou em fusão, mas com Plutão? ah! as idiossincrasias de uma alegoria!
    "elas" tendem a gostar de redimir, ou se preferir, gostam da ilusão de um suave milagre (foi uma muito boa sugestão, obrigada).
    Boa tarde, Outro Ente.

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    1. Querida Cláudia,
      Folgo em saber que gostou da sugestão. No mais, a redenção pertence ao eterno feminino. Ainda bem.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  2. Perder o coração para conservar a razão? Chamaram-me??? :)

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    1. Querida Cuca,
      A Pirata não quererá regressar à carne... perdendo o coração, roube outro, perdendo a razão, lute sem regras.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  3. Há sedes assim... Insaciáveis!

    Boa noite Outro Ente e obrigada pela história. :)

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