quarta-feira, 22 de abril de 2015

Primeiro esboço de uma promessa que começa por estragar e só pode melhorar

Ser português é ser mais alto, é ser maior
Do que os invejosos! Trabalhar como quem sabe!
É ser equilibrado e dar como quem seja
Rei dos pobres e dos offshore!

É nascer em dias grandes
E não saber sequer o que é o Inverno!
É ter cá dentro a empatia que lampeja,
É ter história e língua de descobridor!

É ter fado, é ter saudade!
Para todos, as manhãs de sol e sal...
É condensar o mundo num só povo!

E é gostar, assim, francamente...
É ser fé e corpo e esperança no mundo
E dizê-lo escrevendo a toda a gente!

10 comentários:

  1. Respostas
    1. Desdenha de minha oferenda? Proposta para letra de hino, a ser musicada para o próximo festival. Aguardo a sua.
      Beijos,
      Outro Ente.

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    2. Como desdenho? Só se for como no ditado popular.

      (isso não se faz, festivalar um hino pode ser tremendamente ofensivo. Como se não bastasse adulterar um poema, quer torná-lo festivaleiro. Amanhã de manhã terá o seu poema. Boa noite)

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    3. Por Júpiter, ofensivo? Adulterar? Je suis Febo. Ou será Nero?

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  2. Peço desculpa, Outro Ente, mas não consigo grafittar esta parede.


    'Ode para o Futuro'

    Falareis de nós como de um sonho.
    Crepúsculo dourado. Frases calmas.
    Gestos vagarosos. Música suave.
    Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
    Paisagens deslizando na distância.
    Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
    e amávamos serena e docemente.

    Uma angústia delida, melancólica,
    sobre ela sonhareis.

    E as tempestades, as desordens, gritos,
    violência, escárnio, confusão odienta,
    primaveras morrendo ignoradas
    nas encostas vizinhas, as prisões,
    as mortes, o amor vendido,
    as lágrimas e as lutas,
    o desespero da vida que nos roubam
    - apenas uma angústia melancólica,
    sobre a qual sonhareis a idade de oiro.

    E, em segredo, saudosos, enlevados,
    falareis de nós - de nós! - como de um sonho.

    Jorge de Sena, in 'Pedra Filosofal'

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    1. Querida Mirone,
      Descaradamente roubado a Jorge de Sena. Não tem pejo? Eu, pelo menos, Espanco. Além disso, não me parece cantabile. É para ler em sossego, não para ecoar no início dos jogos. Enfim, não a prendo à sua promessa, que a manhã já vai a meio e nada.
      Bom dia,
      Outro Ente.

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    2. Outro Ente, eu quis. Olhei para o poema como quem olha para uma parede branca, de um monumento bonito. Mas depois pensei nos grafittis, que se não forem bem feitos, não passam de vandalismo e não quis vandalizar um monumento da poesia portuguesa como o que aqui lhe deixei.
      (quanto mais penso nele, mais adequado ao nosso hino me parece)

      Esperarei pela inspiração do almoço, não desanime.

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  3. Tão bom, Outro Ente.
    Parabéns.
    Beijo,
    Linda Porca.

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    1. Cara Linda,
      Complacência sua, resultado, talvez, dos anti-histamínicos. Obrigado pela bondade.
      Beijos,
      Outro Ente.

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    2. Ora, Outro Ente, não é preciso drogar-me para lhe reconhecer qualidades, que modéstia é essa?
      Mas ri-me, porque teve verdadeira piada, a sua resposta. Apesar de ter tossido desalmadamente de seguida, agradeço-lhe, porque uma boa gargalhada não tem preço.
      :)
      Beijos,
      Linda Porca.

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