Passei o dia da poesia sem poemas. Tinha pensado em passar no CCB, mas o almoço em Belém consumiu a tarde, e o tempo não esticou.
Só agora, quando entrei no escritório, me distraí a olhar O Medo. Não recordo outro livro que tenha comprado com o propósito de não ler. Aquele, porém, comprei-o para que mo lesses. Lembro-me da cadência da tua voz, de gostar de te ouvir em francês, mesmo quando me perdia das palavras.
Abri-o com a intenção de ler ao calhas. Calhou abrir-se onde tinha uma fotografia que me tiraste, numa das tardes serenas passadas em Monsaraz. Fechei-o e recoloquei-o no lugar.
Ainda não é hoje que vou ler o livro que comprei para não ler.
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