segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A imanência de Éris

Se pudesse bastar-me com "a mais bela" da festa de Peleu e Tétis, como Páris; se a minha dúvida não fosse inabalável e persistente; se a demanda fosse menos exótica e genuína; se não  me perdesse em excessos de vendaval e em volubilidades da vida; se acreditasse em absolutos inviáveis, em perplexidades prolixas, em distâncias da certeza; se calasse as desconfianças extravagantes, até de mim...
Entretanto, basto-me com pão com queijo; amazonas deslumbrantes, porvires de graça; temperos do frio; terras férteis semeadas, como dantes; noites imensas; génios sem ansiedades; memórias diletantes e coleções de variados amores.

8 comentários:

  1. O poeta Juvenal diria pão e circo, mas não falta aí o vinho (com água).
    Desfrute então meu caro

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    1. Meu caro Urso,
      Nem só de pão vivo.
      Um abraço,
      Outro Ente.

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  2. Por vezes os olhos tropeçam-me... Não é que estava a ler "basto-me com pão com queijo, azeitonas...". Desculpe-me, sim? Tendo muito a simplificar.
    :)

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    1. Querida Luísa,
      E ficava mesmo bem. Sucede que continuo a pautar-me pelas regras do heterónimo enunciadas nos primórdios deste blog. E... eu não gosto de azeitonas.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  3. Bem!!! Amazonas deslumbrantes é coisa para além de "bastar"!

    Beijinhos, Outro Ente :)

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    1. Querida Maria Eu,
      Tem, como sempre, razão. As mulheres são sempre além.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  4. Como gosto de o ler o assim, em grande forma!

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    1. Querida Cuca, a Pirata,
      Espero que continue a pensar assim.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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