quarta-feira, 18 de novembro de 2015

História sem dia seguinte

O Amor de Perdição esclarece que ninguém sente em si o peso do amor que inspira e não comparte.
O problema é que não leste Camilo.
E agora, deveria fingir-me compungido?

6 comentários:

  1. Querido Outro Ente,
    Em verso sim, em prosa não.
    Um beijo.

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    1. Querida Teresa Borges do Canto,
      A seu pedido:
      Minha pena é não estar perdido
      De amor.
      Nem saber fingir dor.
      Muitos beijos,
      Outro Ente.

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    2. "O poeta é um fingidor..." dizia Pessoa...

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  2. Compungida fiquei eu, sem fingimentos, ao reparar que os meus comentários foram ignorados, desprezados, e depois é uma beijaroquice pegada para as outras pessoas. Inconsolada pensei, e se for ler umas frases ditas por Camilo? E se bem o pensei, melhor o fiz, mas encontrei lá esta, "os raciocínios do amor próprio não gozam do crédito das melhores consequências", e logo percebi que ainda piorei a minha situação.
    E então, numa última tentativa desesperada por um pouco de benevolência, ajudada uma vez mais por Camilo, deixo-lhe estas palavras de incentivo: tenha paciência, um dia ainda voltará a ser "um tolo sublime".
    ( Peço desculpa por esta, às vezes, irresistível vontade de brincar. Recreio.)

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    1. Querida Cláudia Filipa,
      Sou inocente da indiferença insensível que me assaca. É a sedentariedade forçada destes dias que me imobiliza o pensamento e prende as palavras. A sua acusação causa-me vivo sofrimento e desagua num estado de alma mutilado de alegrias. Se, por infortúnio esquisito, negligenciei a sua distinta individualidade, atribua-o ao domínio do tempo que, pasme-se, até a mim subjuga.
      Creia que integra a melhor parte da memória deste que lhe escreve, que é "aquela que, quando todas as nossas lágrimas parecem esgotadas, nos sabe ainda fazer chorar".
      "e julgava severamente esses escritores, precisamente porque lhes havia faltado aquela modéstia, aquele apagamento de si mesmos, aquela arte sóbria de quem se contenta com um só traço exato e não insiste, que acima de tudo foge ao ridículo da grandiloquência".
      Razão tinha Camilo: a ofensa que uma mulher não perdoa é a insolência de a ouvir sem a escutar.
      Escuto!
      Um beijo de boa noite,
      Outro Ente.

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    2. Brincar é sempre bom. Brincar com quem sabe, é ainda melhor. Obrigada.
      Desta vez vai também um beijo a acompanhar os votos de uma boa noite.

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