terça-feira, 7 de abril de 2015

De corpo inteiro

Se vos digo que sempre gostei de música, não vou além de um lugar comum. Afinal, de música todos gostam. Porém, o busílis da minha relação com a música é, desde o início, uma desafinação crónica e inultrapassável. Daí que, não surpreenda a predileção pelo piano, esse etéreo objeto, sempre no tom.
E depois, o teclado de um piano é como o rebanho de ovelhas tosquiadas que sobem do lavadouro, no erótico Cântico dos Cânticos.
Há um desejo e um envolvimento sensual com o piano, desde as mãos que começam nos ombros e se concentram nos cotovelos aos pés que surgem das costas e comunicam ao pescoço.
A ânsia de te tocar Debussy com os carneiros a saltar, a de te tocar Mendelssohn que os faz correr, a de tocar Gershwin que os faz desaparecer... Queria trocar mãos para os teus suspiros.
Assim, fico-me pelo acariciar de Satie, sublime nesta alucinação.

5 comentários:

  1. Gostava mto de saber tocar piano. Adoro piano.
    No inicio deste ano fui ver Brad Mehldau, e foi uma maravilha.

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    1. Querida MMSI,
      Também gostaria de ser virtuoso. Fico-me por esforçado.
      Está prevista a vinda, em Julho, de Herbie Hancock e Chick Corea. Conto assistir.
      Beijo,
      Outro Ente.

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    2. Eu sei, dia 19. Ando a namorar a situação :)
      Bjs

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  2. Querida Pipoca Arrumadinha,
    O Cântico é, de facto, maravilhoso.
    Boa noite,
    Outro Ente.

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