Esta imaginação de sal e duna,
inquieta e movediça como a areia,
ergue, isolada, a praia, mais a espuma
que sereia nenhuma
saboreia…
Quisesses tomar tu este veleiro,
que em secreto estaleiro construí,
sem velas, sem cordame, sem madeira
- mas branco!, e todo inteiro
para ti…
Brilha uma luz de morte sobre o porto
saído mesmo agora da memória…
Ali estarei, à tua espera, morto,
ou vivo em minha morte
transitória…
Combinado. Que eu juro não faltar!
Contrário de Tristão, renascerei,
se pressentir, aérea, sobre o mar,
a sombra singular
do barco que te dei.
(Praia do Encontro, David Mourão-Ferreira)
Post em tempo real? Aqui não tenho o vento a levantar-me o cabelo, em compensação o céu é mais azul.
ResponderEliminarGosto desse céu é desse mar. Do David, nem é preciso dizer...
ResponderEliminarBeijo, caro Ente, e bom fim-de-semana. :)
De partida para o fim-de-semana, assim, de fazer inveja!?
ResponderEliminarBom fim-de-semana, Outro Ente :)
"Aparentes senhores de um barco abandonado,
ResponderEliminarnós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!"
(de, A secreta viagem, David Mourão-Ferreira)
Boa viagem, Outro Ente.
Ó lua que vais tão alta
ResponderEliminarRedonda como um tamanco
O Maria traz cá a escada
Que eu não chego lá com o banco.
(de Autor ébrio, e de perna nitidamente curta)
Bom fim de semana.
É melhor não fornecer as coordenadas. Esse veleiro parece interessante e há muita pirataria por esses mares....
ResponderEliminar:)