terça-feira, 19 de maio de 2015

Calduços e patejar

Uma semana de violência no Mediterrâneo. Outra de violência juvenil. Mais uma semana de violência nas claques. E outra de violência policial. Assim se passam os meses. As "coisas" têm que ser divulgadas e o público tem o direito a saber. Fico eu sem saber onde ficam o dever de informar e o direito a ser esclarecido. Defeito meu, certamente, que as audiências demonstram esse contentamento de quem assente. Então e as políticas europeias adotadas? Claro que não se limitam a impedir o acesso a este novo mundo. Pois não? E a agilização no funcionamento das CPCJ? E a alteração dos programas de educação para a cidadania? E o reforço dos quadros das escolas com psicólogos e assistentes sociais? E, já agora, qual a sanção para os canais televisivos que passam incessantemente as violentas imagens, focando e identificando os menores, facilitando a sua estigmatização?
E a indignação? Por onde anda o nosso direito à indignação? Esse, que será um dos mais essenciais e nobres direitos de um povo em democracia...
E do Reino Unido só o nome da pequena? E o Egipto está longe? As eleições por cá ainda vêm longe? Ide morrer longe...

8 comentários:

  1. O apetecido odor a sangue sobrepõe-se à indignação, acho eu que não sei nada.

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    1. Querida Be,
      Pior que não saber é não querer saber. Atulhar com imagens e desgraças, para não puxar por ideias e soluções.
      (Está muito socrática, hoje.)
      Bom dia,
      Outro Ente.

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  2. É aquilo das filas na estrada quando há um acidente. Sempre me deixou nervosa, essa coisa do demorar a ver os estragos.

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    1. Querida Mais Picante,
      É o apelo da desgraça alheia, que nos permite medir quão mais felizes somos. Já viste aqueles?...
      Bom dia,
      Outro Ente.

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  3. O direito à indignação está disponível. Não me parece que as pessoas o queiram utilizar. A passividade é muito mais fácil.
    Bom dia :)

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    1. Querida Just Things,
      A sucumbência ao comodismo tem um preço. Se refletíssemos no custo da passividade, talvez nos mexêssemos mais. Há uma aparência que ilude...
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  4. A nossa indignação, a avaliar pelos acontecimentos mais recentes, fica no FB e restantes redes sociais! Pois claro. E que útil q nos é.
    Se calhar depois tb votam pelo FB no dia das eleições...

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  5. Querida MMSI,
    Lamento as reações "por moda", que são efémeras, muitas vezes mal direcionadas, e não surtem efeitos positivos.
    O FB, pela sua atualização constante que nunca permite determo-nos longamente, é um dos exemplos dessa pressa.
    Um beijo,
    Outro Ente.

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