domingo, 5 de julho de 2015

Como se explica o instinto?

O desconhecimento aliado às boas intenções leva-nos, por vezes, a, inconscientemente, onerar os outros. Por exemplo, oferecer peixes dourados para um aquário de água quente ou um porquinho da índia doente, que acabou mesmo por ir ter com os familiares à Índia. A última destas prendas foi uma tartaruga terrestre para fazer companhia a Morla (a pequena tartaruga aquática que, há tempos, postei). Sendo, por estas bandas, os animais adotados com paixão, torna-se impossível devolvê-los por mais que nos disturbem. Daí que se tenha improvisado, ao fundo do quintal, um habitat para "Ariel", onde não faltavam uma pia enterrada e uma grade funda, que a impedia de escavar e acabar atropelada e alta para os cães não saltarem.
... Mas, Hara é excecional. Hoje, aproveitando a quietude da sesta, fez o que é: Caçou.

Foi impressionante a aflição de Hara com as lágrimas deles. Foi impressionante a confusão da cadela que fez tudo bem e, afinal, sentiu que fez mal. É impressionante como há quem nunca tenha a perceção da mágoa que causa, persistindo em fazer "tudo bem".

6 comentários:

  1. Tão verdadeiro que dói.

    Boa noite, caro Ente. :)

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    1. Querida Maria Eu,
      Interiorizaram tão bem que, ao contrário de nós, os animais são condicionados e não "escolhem", que perdoaram sem passar pela condenação.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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  2. É mais fácil ensinar um cão a contrariar a sua natureza do que ensinar um ser humano a fazê-lo.

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    1. Querida Cuca, a Pirata,
      Os animais têm instintos. Deverão ser treinados para aperfeiçoar esses bons traços. Treinar um cão para contrariar o que lhe é inato parece cruel. Ainda assim, talvez mais frutuoso do que treinar para bom um indivíduo que quer ser mau. Neste caso, a meu ver, terá mais peso a escolha individual do que a "tendência" para ser pré-determinada.
      Um beijo,
      Outro Ente.

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    2. Ah, mas também nós temos sobretudo instintos. Não somos substancialmente diferentes de alguns animais. Exceto na resistência que oferecemos a resistir a esses instintos.

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    3. Não sou apologista da ideia do homem lobo defendida por Hobbes. Concordo que temos instintos. Creio que são, na sua maioria, bons. Resistimos a resistir-lhes porque intuimos que somos bons. Por exemplo, não falar com estranhos. A regra social é-nos penosa porque somos seres sociais e "sentimos" que o outro é, também ele, bom.

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