quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O minueto de Boccherini

Eu teria dezasseis anos e ela pouco mais. Era a sobrinha do homem dos toldos e fazia os meus sonhos de Agosto. Portento de juventude e deusa. Corpo de eloquência profana e gesto de sensualidade. Cobiçava-lhe os olhares com o prazer ingénuo de a olhar. Como Régio, morava no longe e na miragem. E também no perto e na voragem. Reclamava-lhe as respostas no silêncio dos lábios. Ardia na urgência da catarse que habita a pele e nos invade por dentro. Ela era a sucursal existencial das ninfas.
Este Agosto, tornei aos toldos do Senhor Firmino... Pim!

Dependência

Preciso de uma dose diária de instantes.


terça-feira, 30 de agosto de 2016

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Dores de crescimento

São 07:00 horas. Saio de casa para correr. O petiz, na sua bicicleta sem rodinhas, acompanha-me. São 5 quilómetros, com paragens apenas para não atropelar os cães que se lhe atravessam à frente e na padaria. São 08:00 horas. Regresso a casa. Sinto-me um atleta olímpico: consegui acompanhá-lo.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A bola de gelado só não respondeu à chamada porque lhe preguei uma rasteira

Depois de mais uma caçada aos Pokémon, esvazio os bolsos e inventario: uma carteira; um maço de cigarros e um isqueiro; um lenço de pano e um pacote de lenços de papel; uma colher de plástico rosa fluorescente e uma palhinha "bazuca"; o aparelhómetro da net e uma power bank; as chaves de casa e do carro. Não fora usar cinto...    

Elementary my dear

A imagem do post anterior mostra um embrião equino. Trata-se da primeira ecografia da gestação da égua I.
Agora, é só esperar que tudo corra bem... durante 11 meses.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

sábado, 13 de agosto de 2016

Algarve em agosto? Finalmente!

Convidámo-nos para o mesmo areal dourado, que pisamos após as gaivotas nele terem imprimido as suas pegadas. Bom dia convivas de todos os lados! Partilhemos este concerto de sons graves, executado com mestria por ondas sem maestro, pleno de notas que desconheço, de que nunca me canso, e que não sei descrever, sem que nos perturbemos. Por toda a parte, pessoas de sorriso franco respiram a mesma imensidão. Na minha praia: nadadores salvadores, de tão compenetrados, irradiam segurança; crianças serenas constroem castelos de areia molhada; adolescentes jogam animadamente com suas raquetes; jovens experimentam as suas novas pranchas; pais vigilantes desenham pistas de caricas em areia seca; mães atentas ensinam o jogo do prego; o rapaz das bolas de berlim não se esquece dos guardanapos e nós elegemos as favoritas; o senhor das bebidas não vende água aquecida na bagageira do Renault 5 e nós ignoramos a arca frigorífica atrás da banca de jornais; o pescador guarda as suas garrafas vazias no saco com o mesmo desvelo com que coloca o pescado no balde; o homem do cigarro ondula até ao bar da praia e a mulher do telemóvel baixa o som. Este infinito de mar, sol e areia... por obséquio, ocupai um dos lugares aqui ao lado.
   

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Tarde é o que nunca vem


Com uns dias de atraso, eis o postal pedido por Cuca, a Pirata e a citação para o Senhor Ministro.

Beijos nas damas e abraços nos valetes

Como se escreve um post de recomeço? Deveria entrar de fininho, como se nunca tivesse saído da sala? Oferecer o desadequado "fui ali comprar cigarros e já voltei"? Ou contar destes dias? Deveria inventar contos mirabolantes ou deixar tudo em reticências? E se me limitar ao gasto "vocês sabem lá"? Talvez devesse retomar a cadeia dos dias felizes ou recordar a pedagogia das orelhas de burro. Hesito entre regressar apenas quando souber como e regressar para aceder a pedidos.