Abomino a esperança. Névoa assimétrica que fica a pairar sem obrar. Não significa absolutamente nada. Cenário oculto sobre o qual não temos qualquer domínio e que está para lá do alcançável. Perspetiva de futuro inofensivo. Essência de indiferença. Suplício, este esperar com esperança. Os corredores azuis são intermináveis e sempre idênticos em suave uniformidade que me dá sono e não descanso. Resta-me a esperança de acordar.
Já eu, não abominando a esperança, consumo-me com uma costela otimista que teima em querer sobressair sobre as restantes. A costela ali espetada e nós a vermos que não, que não vai acontecer.
ResponderEliminarBom dia
Querida Mirone,
EliminarO otimismo é positivo, impele à ação, a acreditar que se consegue. Já a esperança, é estagnada. Temos esperança quando estamos à espera de "boas notícias" que não dependem de nós. Há uma inação e inimputabilidade que me repelem.
Bom dia,
Outro Ente.
Pois eu prefiro a esperança à expectativa.
ResponderEliminarUm bom dia :)
Querida Miss Smile,
EliminarTenho esperança quando desejo que aconteça algo que não depende de mim e expectativa quando aguardo o resultado de algo que fiz... Colocaria a expectativa do lado das coisas boas da vida.
Bom dia,
Outro Ente.
A verdade é que tirei isto de uma Caras, arranquei a folha e guardei por ter gostado do texto e agora leio este post e não resisto à citação, o título "A esperança", a autora, Isabel Leal, deixo aqui só um bocadinho:
ResponderEliminar"A esperança é uma qualidade de crença humana que desafia o senso comum, quando não mesmo o bom senso." (...) É uma construção pessoal e singular que tenta driblar a adversidade e descobrir trilhos mesmo em terrenos improváveis."
Boa noite, Outro Ente.
Querida Cláudia Filipa,
EliminarArrancar folhas de revistas ou tiras de jornais é hábito que não me é estranho. Durante muito tempo colecionei as plumas caprichosas.
Talvez o problema seja meu, que tenho escassez de esperança ou excesso de bom senso. Verdade porém é que, mesmo esse seu trecho, associa a esperança à adversidade.
Bom dia,
Outro Ente.
...pois associa, achei que não era um bom dia para o contrariar, caso contrário ter-lhe-ia dito que tenho esperança para dar e vender e quero morrer primeiro que ela. E otimismo, tal como a Mirone, mas num estado agravado, é pelas costelas todas e a vida é maravilhosa e assim...
EliminarBom tarde
Obviamente, Boa tarde e não Bom tarde.
EliminarOntem não era um bom dia, mas hoje já é. Relevo-lhe o tato.
EliminarO otimismo, como já disse, é de valor. Agradam-me pessoas otimistas e gosto de acreditar em quem acredita. Aliás, considero-me um otimista.
No mais, sei apenas dizer-lhe que tenho esperança que nenhum dos meus me morra. Diga-me, pois, a menina que anda de braço dado com a esperança, se ela me falta ou a tenho em demasia.
Um beijo, evidentemente!
Hoje, lá está, por ser otimista, acredito que o facto de andar por aqui a responder é também contentamento e não só mais tempo livre por isso as pequenas contrariedades não causam a mesma mossa que causariam em dias menos felizes.
EliminarFoi precisamente por tantos dos meus me terem morrido que estou tão grata pelo facto da esperança ter vindo em meu auxilio e me ter dado o braço e por nunca ter deixado que o otimismo morresse também.
Um bom fim de semana
É como diz o outro de cujo nome nunca me consigo lembrar: "a trela da submissão". Porém, lá essa coisa da esperança que ficou no fundo da caixa de pandora, diz-se por aí, é o que torna suportáveis os males que se espalharam.
ResponderEliminarMorte aos males!
EliminarSacos de lêndeas, esterco do oceano.
Farei uma aliança com capitã Cuca. Afundaremos todos os males espalhados pelo firmamento. Coaremos a luz pura. Caiaremos os cascos dos navios. Içaremos grandes velas alvas. Brindarei com cognac e charutos. Porto e cachimbo para a Capitã.
Tenho esperança de vir a nascer o dia em que com Cuca, a Pirata me cruzarei.
Soltar amarras...
Uma aliança para devolver os males do mundo a um baú mofento é coisa de valor.
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