Era preciso fazer "compras de Natal". Os miúdos reclamavam-no ia para 11 meses. Estava na altura. Chegara a época. Tornara-se inadiável. "À abertura! ouviram?! Aviso já que só vou se for para estar à hora da abertura." Ninguém reclamou para acordar no sábado de manhã. Rendi-me. Chegámos, ainda antes da abertura. Descemos a um menos qualquer. Meia hora depois, ascendemos ao piso de destino. Abriram-se as portas do elevador. Fomos despejados no meio das gentes que, afinal, "à abertura" não conseguiu evitar. Cada um deles escolheu, em menos de um quarto de hora, o presente para o "amigo secreto" do colégio, ao som de hinos artificiais. Os embrulhos seriam num outro piso menos. Acharam que a D. H. faria embrulhos mais bonitos. Fretando o entusiasmo consumista da época, lá me resolvi a perguntar-lhes: "então e agora, o que vamos comprar?". Solidários entre si - e comigo -, numa solidariedade perfeita de corações, cabeças e estômagos, repleta de união, harmonia e desejos simbióticos, responderam-me a uma só voz: "Onde vamos almoçar?"
*Imaginar som e gesto de Amigo, dos escuteiros.
Ah, pai. Absolutamente...(...)tirano!
ResponderEliminarBeijo, Outro Ente, (com embrulho, caseiro, de Pai Natal).
"No meio do caminho tinha uma pedra
Eliminartinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra."
Drummond de Andrade.
Querida Teresa,
talvez meus filhos também não esqueçam que no meio do caminho tinha uma pedra.
Um beijo,
Outro Ente.
Claro. Assim evitavam o aglomerado de gente, na área de refeições, à hora típica de almoço. :)))
ResponderEliminarTem uns Lobitos formidáveis, e despachados, Outro Ente! :)
Um beijo
Querida Té,
EliminarEra maior a vontade de sair dali do que a fome. (Eram 11:00 horas e já estávamos na rua...)
Um beijo,
Outro Ente.