Sempre houve cães na herdade e na quinta. Eram cães de caça e de guarda, do avô e do pai, que os seguiam para todo o lado e lhes obedeciam aos gestos, sem que me mostrassem a mesma fidelidade por mais iguarias que lhes desse. Aos seis anos, o meu desejo era ter um cão a que pudesse chamar meu e, acima de tudo, me sentisse como o seu. O Pinta chegou num dia bom. Inaugurou o canil do quintal e foi o meu primeiro cão: andava atrás de mim sempre que não corria à minha frente, jogava à bola e roubava do estendal o que pudesse, gania quando eu saía para a escola e latia ainda eu vinha antes da curva. Revelou-se um cão amalucado, com tiques de soberano ciumento e agressivo com outros bichos.
Era véspera da véspera de Natal. Levei um Pinta doente ao mata-cães (assim era conhecido o veterinário). Sem trela e preso apenas por horas, regressei com ele ao sofá poído da sala de jogos. Morreu-me durante a noite. Fui acordar o pai que embrulhou o Pinta numa manta, o colocou no jipe e nos levou à quinta. Tentei não chorar muito alto enquanto o pai abriu a cova.
No caminho de regresso, quase a chegar à curva, o pai assustou o silêncio: "Vamos fazer Natal!"
(Morreu o Tonic.)
Querido Outro Ente,
ResponderEliminarEste ano não pusemos estrela na árvore.
Morre-nos um elemento, e ficamos com um Natal (que, conforme sabe, é todos os dias), mais pobre.
Sei bem o que sente, neste momento.
Aceite o meu abraço,
Linda Blue.
Querida Linda Blue,
EliminarO Tonic passou nove natais connosco... Continuarei a "fazer Natal".
Um abraço,
Outro Ente.
Faça Natal.
ResponderEliminarUm beijo
Querida Be,
EliminarEsse é o espírito. (Isso e fracassar baixinho)
Um beijo,
Outro Ente.
Um abraço, meu caro.
ResponderEliminarCaro Pipoco Mais Salgado,
EliminarPara 2016 não quero uma agenda. Quero um cão. Faço votos para que também encontre o seu.
Um abraço,
Outro Ente.
Faça-se sempre Natal celebrando os que ficam e recordando os que partem!
ResponderEliminarUm abraço amigo, caro Ente.
Assim é, querida Maria Eu.
EliminarNem sempre a natividade é espontânea, por vezes é preciso "fazer acontecer".
Um abraço,
Outro Ente.
Toca o sino pequenino... Se ajudar canto-lhe até ao fim.
ResponderEliminarQuerida Mirone,
EliminarSempre tão doce.
Grato pelo embalo.
Um beijo,
Outro Ente.
Faça-se sempre Natal, apesar das perdas.
ResponderEliminarUm beijo, Outro Ente.
Querida Mia,
EliminarTalvez sejam as nossas perdas que justificam o "nascimento renascido" em cada ano.
Um beijo,
Outro Ente.
Deixo-lhe apenas um abraço, querido Outro Ente.
ResponderEliminarObrigado Miss Smile.
EliminarUm beijo,
Outro Ente.
Oh! Deixo-lhe um abraço apertado.
ResponderEliminarJá senti dois últimos suspiros enquanto os afagava, sei bem o desgosto que deve estar a sentir.
Oxalá as estrelas lhe enviem um novo companheiro, no ano vindouro.
Querida Mais Picante,
EliminarJá reuni o comício das estrelas. Neste momento, pondero. Fumo branco para breve.
Um beijo,
Outro Ente.
Lamento profundamente.
ResponderEliminarTenho certeza que esse pequeno roncador terá sido muito feliz.
Obrigado, querida Cuca.
EliminarO Tonic tinha, de facto, graves problemas respiratórios. E, era guloso. E tinha digestões difíceis. Enfim, estimámo-lo muito e acho que ele foi feliz, apesar das ciumeiras que por vezes tinha.
Um abraço,
Outro Ente.
Querido Outro Ente,
ResponderEliminarSe pudesse oferecia-lhe um Gin.
Sei que vai chorar o Tonic, como eu chorei os meus cães. Ainda não sei se é bom ou mau a nossa vida dar pelo menos para dez...mas eles parecem saber isso muito bem.
Um beijo.
Querida Teresa Borges do Canto,
EliminarA irmã do Tonic chama-se Gin. Vive em Barcelona, com uma minha amiga.
Só dez? Tem razão... Por vezes esqueço a quantos ando. E, então, multiplico tudo e tenho dois ou três ou cinco ao mesmo tempo. E gosto de todos.
Um beijo,
Outro Ente.