terça-feira, 22 de setembro de 2015

Foi hoje. É amanhã.

Hoje, era dia de transição de Yakari para Greyeagle.
Hoje, vou ser grande. Hoje, vou voar. Hoje, vou crescer. Amanhã conto. Hoje, monto o Jacques. Hoje, possante. Ontem passei-o à guia. Hoje, vou saltar a ribeira. Ontem limpei-lhe os cascos. Hoje, vou ser capaz. Amanhã, já consegui!
Sou tão grande. Vou tão depressa. Estou tão alto.
A ribeira é tão grande... O abismo é tão largo... É tão tarde...
Desculpa Jacques.
Ontem, segurei-me às rédeas que nos prenderam o voo*.
Hoje, as rédeas são para soltar. Os saltos são para voar. Os amanhãs são para confiar.
 
* Poupo à descrição do que se seguiu, num tempo em que já havia avós e ainda não havia Eduardos Sá a cantá-los, quando, mesmo sem ligas, havia amigos de cavalos.

8 comentários:

  1. Agora falou-me ao coração, Outro Ente. Belos tempos, esses sem Eduardos Sás.

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    1. Mon Coeur!
      https://www.youtube.com/watch?v=9piRiiZ0C4Q
      Bom dia,
      Outro Ente.

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  2. Costumo criticar e muito, essa necessidade de recorrer constantemente a ensinamentos alheios, feitos ciência, para coisas que, na minha modesta, e provavelmente ignorante opinião, deveriam ser até instintivas. Acho que o instinto, é, em muitos casos, um excelente condutor. Mas, acontece que, quando oiço ou leio Eduardo Sá, costumo gostar, e penso que, para os que sentem necessidade de recorrer a, se o escutarem a ele, ufa, que alívio, porque o acho um exemplo de bom senso e sensatez.
    Que sortudos somos nós, aqueles a quem foi deixada a melhor das heranças, a mais útil ferramenta, que, para mim, é isto (e descaradamente roubou-lhe as palavras) "Hoje, as rédeas são para soltar. Os saltos são para voar. Os amanhãs são para confiar."
    Aproveito também para uma coisa fora do contexto: Ontem, habituou-me mal. Hoje, sinto falta da sua presença por aqui, a interagir.
    Boa noite, Outro Ente.

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    1. Querida Cláudia Filipa,
      Pode gostar sem fundamento. Só porque sim. Mesmo sem senso comum, quanto mais bom. Ou só com esse, que tudo resolve com caldos de galinha. Eu perdoo-lhe. Perdoo-lhe tudo. Menos que diga que o roubei. Descarado, sou-o. Ladrão de palavras de Eduardo Sá, não! As palavras são minhas. Dou-lhas, a si, menina Cláudia.
      No mais, creia que o problema é desta minha inconstância. Senti-lhe a falta ontem, como amanhã. Hoje dou-lhe um beijo,
      Outro Ente.

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    2. Eu sei que as palavras são suas, eu é que fui a descarada e roubei-as a si. O "roubou-lhe" foi engano, era para ser roubo-lhe. Mas alguma vez, eu o viria aqui acusar de ter roubado as palavras a alguém, mesmo que achasse isso? era preciso ser muito, olhe, nem sei o quê, de tão baixo que seria. Faz uma bela ideia de mim. Pois agora sou eu, e munida de beicinho, veja bem o que arranjou, que lhe digo, isto, não sei se lhe perdoo.

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    3. As palavras são como os beijos: dados não são roubados.
      Neste caso, antecipei-me, dando-lhas. Receba-as como flores.
      Estou aqui a pensar se lhe perdoo esse "mesmo que achasse isso"...

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    4. Então, mas há pouco não disse que me perdoava tudo, menos aquilo que, afinal, nunca aconteceu.
      Eu nunca acho isso, são as suas palavras que me trazem aqui, ou nunca viria a sítio onde habita um Ente, tão...irascível...Pronto, atendendo a que me foram oferecidas palavras que também são flores, concedo que lá bem no fundo, mas assim mesmo lá bem no fundo, o irascível será, afinal, um doce.

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    5. Por esta, não esperava. Desarmou-me... retiro-me...

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